Algumas experiências nos acompanharam pelo resto da nossa vida, elas nos marcam profundamente e podem mudar completamente a nossa história.
E isto aconteceu comigo e eu carrego essa lembrança até hoje. Eu era uma criança como todas as outras, que gostava mais de brincar ao invés de estudar e quando tinha lições de casa eu sempre deixava para a última hora.
Até que um dia a vida me puniu por esse comportamento e para uma criança de apenas sete anos, o peso desse castigo se tornou imenso.
Para minha surpresa, a professora anunciou que naquele dia, no lugar da aula haveria uma competição de matemática. Cada série competiria entre sí até sair o vencedor.
O desafio seria resolver contas de adição, subtração, divisão e multiplicação, o mais rápido possível e para participar foram sorteados 5 alunos de cada sala.
Eu fiquei em pânico ao saber que eu fui um dos sorteados e o quinto aluno a participar do desafio. Nesta hora senti todo o peso do mundo sobre mim, fiquei nervoso, inquieto e suando sem parar, com o coração a mil. Pois não estudava as tabudadas e era pessímo em resolver contas.
E só pensava na frustração dos meus colegas se eu fosse o motivo do fracasso na competição e por minha exclusiva culpa perdessem a visita ao zoológico, pois esse seria o prêmio concedido a sala vencedora.
Entrei em desespero e fiz a única coisa que veio a minha cabeça naquele instante.
Implorei a Deus que me ajudasse e prometi que eu mudaria o meu comportamento a partir daquele dia.
Assim que terminei de realizar o meu pedido, a professora interrompeu a competição, vencemos por antecipação com o placar de 3 x 0 e ninguém mais poderia nos alcançar.
Senti um alívio e um enorme contentamento, pois nunca duvidei que Deus atenderia ao meu pedido.
E como prometi me dediquei demais não só aos estudos mas em tudo que eu fazia.
Quatro anos depois desse episódio, já com onze anos de idade, me tornei o melhor aluno em matemática da escola.
Até o termino do primeiro grau eu era o representante oficial do meu colégio nas Olimpiadas da Matemática uma competição realizada na época pela Secretaria de Ensino de São Paulo.
A fé não tem idade para se manifestar e com pouca idade eu tive a prova disso. Um fato que mudou completamente a minha vida, amadureci e senti o peso da responsabilidade.
Esse fato aconteceu comigo em 1972.
Carlos Alberto Santos