Alguns chamam de sorte.
Lembrei de uma passagem,
Aconteceu na minha infância,
A vida não foi nada fácil,
Mas nunca faltou esperança,
A fé sempre andava comigo,
Isso aprendi desde criança.
Alguns chamam de sorte,
Mas eu não sei explicar,
Percorria alguns quilômetros,
Para poder estudar,
Muitas pessoas passavam,
Por aquele mesmo lugar.
Eu queria muito um objeto,
Mas meu pai não podia comprar,
Seu trabalho era humilde,
Ele tinha a família pra sustentar,
As prioridades eram outras,
Eu nem chegava a contestar.
Criança de coração puro,
A Deus me coloquei a orar,
Pedia com muita devoção,
Para ele me ajudar,
Pois o meu pai não podia,
O meu sonho realizar.
Como fazia todos os dias,
Estava indo estudar,
Quando vi algo refletindo,
Fui logo verificar,
As pessoas passando,
Pareciam não enxergar.
Algumas moedas e notas,
Não consegui acreditar,
Era a quantia que precisava,
Eu comecei a chorar,
Pois o meu sonho,
Acabava de se concretizar.
Até hoje penso nisso,
Como ninguém foi notar,
O dinheiro no chão,
Muitas pessoas pra pegar,
O sol refletindo nas moedas,
Impossível não notar.
Eu só tinha sete anos,
Quando isso aconteceu,
Foi o segundo milagre,
Que Deus me concedeu,
O primeiro sempre agradeço,
Pois é a vida que Ele me deu.
Carlos Alberto Santos