Carlos Alberto Santos
Viaje entre sonhos e poesias
Textos
Coração Covarde.
 
Mote: Trata-se de duas pessoas que acabam infelizes porque a mulher tem medo de encarar a família em nome do que sente, até nega a proposta de fuga feita pelo homem.
 
Criado em parceria com Gervásio Mandongue Sitoe, de Moçambique.

 

Já não dá mais para viver assim,
Escondidos e com o coração machucado,
Eu triste e você ignorando a nossa situação,
Mulher, não gosto de fingir e ser dissimulado,
Já cansei tê-la só por alguns momentos,
Depois fugir como um degenerado.

Venha comigo para além das montanhas,
Esqueça todo o seu temor,
O que ambos carregamos em nossas entranhas,
Você sabe que é puro amor,
Vamos nos casar na Igreja da esquina,
Sem a inveja ao nosso redor.

A sua escolha terá que fazer,
Se esse amor for forte o bastante,
A sua família você vai ter que enfrentar,
E assim provar o que sente,
Vamos realizar nossos sonhos,
Isso eu lhe peço encarecidamente.

Também me parte o coração.
Ter que abandonar os meus parentes,
Mas tudo que vivi ao teu lado,
Ensinou-me a pensar de uma forma diferente,
Que a felicidade é um mar de sacrifícios,
É preciso nadar para quebrar as correntes.


Se o seu coração não é forte o bastante,
Me fale agora e cada um vai para um lado,
Talvez o destino tenha reservado outro final,
Que essa lição nos sirva de aprendizado,
Quando o coração é covarde,
Tudo fica mais complicado.

Como cumpriremos todas nossas promessas?
Se pretendes condenar todo nosso amor a morte!
Por medo das ameaças e chantagens dos teus pais?
Trouxeram-te ao mundo, mas não são deuses para definir a nossa sorte,
Se deles não ti queres apartar, então permita-me enfrentá-los,
E aconteça o que acontecer, por nós dois serei forte.

Seus olhos demonstram todo o seu medo,
E posso enxergar toda a sua indecisão,
Compreendo que o nó que a segura,
É bem mais forte que essa paixão,
Estou seguindo o meu caminho,
E digo isso com toda a convicção.

Vou com a alma partida e muita dor no coração,
Eu me sentia como um gladiador invicto,
Pois o nosso amor era o único que me mantinha vivo nesta arena,
Porém a tua covardia esmagou-me como um mosquito,
Vou juntar o que resta de mim e seguir por este caminho cheio de espinhos,
Vai doer, mas no fim dessa dura jornada serei feliz, disso estou convicto.




Gervásio Mandongue Sitoe e Calbertosantos
Calbertosantos
Enviado por Calbertosantos em 14/02/2021
Alterado em 14/05/2021
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